"É uma vitória de todas as mulheres", diz vereadora Aury Donato sobre prisão de influenciador por violência política de gênero em Salinópolis

Em entrevista exclusiva ao Portal Vencedor, a vereadora Aury Donato (MDB), do município de Salinópolis, nordeste do Pará, disse estar satisfeita com a prisão de seu agressor, o influenciador Bleno Rafael Souza da Silva. A detenção do acusado foi feita na terça-feira, 1º de julho, em flagrante, pelo crime de violência política de gênero, após ele ter descumprido medida protetiva de urgência da Justiça estadual, no âmbito da Lei Maria da Penha, um dia após a decisão ter sido proferida, 30 de junho.

“Estou satisfeita com a decisão do juiz da Comarca de Salinas que entendeu o crime praticado pelo meu agressor como violência política de gênero. Todos têm o direito de cobrar, mas ofender com “palavrões” (raparig*, vagabund*), adjetivando-me com palavras absurdas e mandando eu lavar uma trouxa de roupa suja, aí já mexe com a minha honra. Por isso, esta não é uma vitória só minha enquanto vereadora, e sim de todas as mulheres que possam se sentir ameaçadas ou constrangidas”, ressaltou Aury Donato.

Ainda segundo a parlamentar, as ofensas contra a sua honra começaram na última campanha quando o influenciador estava apoiando outro candidato. “Como uma forma de “diminuir-me”, ele ia para as redes sociais proferir absurdos ao meu respeito. Foi então que meus advogados começaram a agir, a fazer prints das ofensas para materializar as provas”, relatou.

De acordo com autoridades policiais, no momento da prisão, o acusado ainda tentou fugir, mas não conseguiu e foi levado para a Delegacia local e, em seguida, à Unidade de Custódia e Reinserção de Salinópolis, onde continua preso e deve passar por audiência de custódia nesta quarta-feira, 02.

Dados do Relatório Monitor da Violência Política de Gênero e Raça, lançado em 2024 pelo Observatório Nacional da Mulher da Política da Câmara dos Deputados, mostram que após três anos da publicação da Lei que tornou crime a violência política de gênero (Lei 14.192/21), o Brasil teve apenas três sentenças de condenação pelo crime, nenhuma delas transitada em julgado, ou seja, sem possibilidade de recurso.

( Evandro Pantoja | Redação Portal Vencedor)

Foto: Divulgação/Redes Sociais